quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Nosso Thanksgiving americano





Passamos o dia de ação de graças - o americano, porque o canadense é em outubro - com um tio que mora há muitos anos nos arredores de Los Angeles. Desde o início eu insisti por um thanksgiving tradicional, porque queríamos agradecer a hospedagem e eu queria aproveitar para cozinhar (engano número 1) meu primeiro peru (engano número 2).

Engano número 1: nunca planeje cozinhar uma refeição complicada e demorada enquanto se está de viagem, especialmente na casa dos outros e em cozinhas com as quais você não está acostumada. Engano número 2: nunca planeje fazer um peru inteiro para três pessoas, duas das quais partirão em breve deixando a terceira encarregada de comer as sobras do peru pelo resto do ano que vai começar.

Então, por questões logísticas e práticas, meu thanksgiving tradicional não foi nem um pouco tradicional. Mesmo assim segui firme na proposta de fornecer todo o menu, que ficou de ser devidamente adaptado para pratos mais simples. Passamos no Trader Joe's (um paraíso de mercado onde tudo é orgânico e sem conservantes, até os enlatados) e vimos umas costeletas de carneiro belíssimas dando sopa (claro, está todo mundo de olho no peru!)

Na caixa do supermercado, o funcionário me pergunta alegremente:

- Você vai cozinhar este carneiro hoje ou para o thanksgiving?
- Para o thanksgiving, respondi, logo me justificando: é que somos apenas três e eu não queria fazer um peru inteiro.
- Mas lá em casa somos apenas dois e eu vou fazer um peru inteiro!!!
- É, obviamente eu sou uma fraca que não respeita tradições, ao que o funcionário riu. Achei melhor não entrar em detalhes de que eu não sou norte-americana e para mim peru se come mesmo é no Natal.

Devidamente recriminada pelo funcionário do Trader Joe's, voltei para casa e preparei um marinado simples para o carneiro: mostarda Dijon, alguns dentes de alho picados, sal, pimenta e muito alecrim. Comprei também alguns cogumelos selvagens desidratados, arroz basmati e batatas para servir de acompanhamentos. As batatas eu fiz no forno com mais alecrim, sal e pimenta.

Os cogumelos eu re-hidratei em água quente e dourei na panela, usando um pouco do líquido da hidratação para fazer um molho rápido para o carneiro, que foi assado no forno. O arroz não teve nada de especial. Como primeiro prato servi uma salada de folhas verdes simples, pois queria estrear um azeite aromatizado com limões da Califórnia que eu havia comprado em Sonoma.

Ficou tudo uma delícia. Só mesmo a sobremesa que não deu certo, porque não consegui pensar em nada que não precisasse de uma forma, de uma batedeira (nosso tio não é lá muito chegado na cozinha) ou de horas que eu simplesmente não tinha. Terminei fazendo umas trufas que ficaram amargas demais e tiveram que ser comidas de colher pois não tive tempo de enrolá-las. Oh well, fazer o que... O importante é que comemos, bebemos, agradecemos e nos divertimos.

3 comentários:

brisa disse...

ahhh..mas o TJs tem tb umas sobremesas congeladas muito boas.:)) Faz tempo que nao as compro, pois estou na fase DIY..quem sabe na proxima voce compre, soh pra uma emergencia como essa??:))

Estou adorando os posts..

abs

Ludmila Carvalho disse...

Brisak, sua dica foi preciosa. Tenho certeza que no TJ tem sobremesas boas demais, pena que não tenha um (TJ) aqui no Canadá. Eu é que encasquetei de fazer a sobremesa do zero mesmo não tendo tempo nem condições para. Gente cabeça-dura é assim mesmo...
Beijos
Lud

Anônimo disse...

SEU JANTAR FICOU SIMPLESMENTE DIVINO.........BEIJOS